O sionismo, em sua forma mais crua

 
Que tipo de sociedade é essa, afinal? Vivemos em um mundo que se autodenomina civilizado, erguido sobre os pilares de antigas tradições, códigos morais milenares e supostas verdades absolutas. Ainda assim, o sangue jorra livremente nas ruas, escorre pelas páginas da história como uma eterna repetição de violência, sempre legitimada por narrativas antiquadas que oferecem justificação para o terror.


Um conto, um livro velho, repleto de metáforas e alegorias, é transformado em lei literal por mãos sedentas de poder. Nesse relato, os eleitos se veem como predestinados, acima de qualquer questionamento, autorizados por uma moral distorcida a oprimir, roubar, e destruir. Suas justificativas? O sagrado, o divino, o irrefutável. A crença em sua exclusividade diante de um Deus que, ironicamente, prega o amor ao próximo. Mas esse amor é mutilado, redesenhado como uma prerrogativa de poucos, distantes dos marginalizados, dos "outros", aqueles que podem ser sacrificados sem culpa, pois, afinal, não fazem parte do “povo escolhido”.


E onde fica a moralidade de uma sociedade que se utiliza das tecnologias mais avançadas para sabotar a vida humana? Explodir pagers, bombas em meio ao cotidiano, detonando vidas sem distinção, atingindo crianças, mulheres, idosos... A ideologia fascista, que prega a purificação por meio da eliminação, encontra aqui sua manifestação mais brutal. Tudo em nome de uma causa, de um ideal de supremacia e posse absoluta.


Estamos testemunhando uma lógica doentia em que a violência se torna a língua franca, e o extermínio, o meio preferido de comunicação. Uma sociedade que se vale de força bruta, que acredita ter o direito divino de conquistar, expulsar, apagar a existência de outros, é uma sociedade em agonia, uma distorção grotesca de qualquer princípio de humanidade.


Se há um Deus, e se Ele é Pai, a pergunta que ecoa é: como pode Ele assistir a tudo isso em silêncio? Como pode permitir que um filho aja com tamanha crueldade? A resposta pode estar naquilo que sempre esquecemos em meio às nossas tragédias: a responsabilidade do livre-arbítrio. Deus, se é Pai, talvez observe com lágrimas o uso deturpado da liberdade que Ele nos deu. Mas o fardo das escolhas é nosso. A responsabilidade de agir com compaixão, ou com brutalidade, é nossa. E a tragédia é que, muitas vezes, escolhemos o caminho mais sombrio.


Essa sociedade, que se vale de antigas narrativas para justificar novas crueldades, não é nova. Ela é um reflexo contínuo das falhas humanas, uma cicatriz que se recusa a fechar. Mas ao nos questionarmos, ao nos recusarmos a aceitar a barbárie como inevitável, talvez comecemos a trilhar um caminho diferente. Talvez, dessa vez, a resposta seja o despertar da nossa própria humanidade.


Que sociedade é essa, que se autoproclama vítima da história, mas que, diante do mundo, perpetua o mesmo horror que outrora a destruiu? O sionismo, com sua face de ferro e sangue, reescreve a narrativa do genocídio, dessa vez com o dedo no gatilho e a moral enterrada sob escombros e cadáveres.


Estamos diante de um projeto que transcende qualquer princípio de humanidade, que pisoteia a ONU, ignora o Tribunal Penal Internacional e despreza a vida humana – a vida de todos que não compartilham de sua ideologia exclusivista. Este não é um conflito, como alguns querem nos fazer crer. Isto é um massacre programado, uma limpeza étnica disfarçada de defesa. O que está acontecendo na Palestina, no Líbano, nas terras confiscadas, é uma brutalidade sem precedentes, uma extensão do imperialismo moderno com a desculpa de “promessa divina”.


O sionismo, em sua forma mais crua, é a legitimação da barbárie com o selo da fé. A lógica é simples e mortal: quem não é "deles" é inimigo, um ser sem rosto, sem nome, sem história, cuja única função é ser eliminado. A Faixa de Gaza, há décadas, se transformou em um campo de extermínio moderno, uma prisão a céu aberto onde crianças, mulheres e homens são diariamente bombardeados, sem direito a defesa, sem direito à vida. A cada dia, os jornais exibem cenas que o mundo ocidental decidiu normalizar: escolas destruídas, hospitais despedaçados, famílias inteiras enterradas sob os escombros.


E o que faz a “comunidade internacional”? Observa. Com uma hipocrisia descarada, faz discursos vazios enquanto o genocídio é transmitido ao vivo, com detalhes para quem quiser ver. Nenhuma sanção, nenhum embargo, nenhuma intervenção. O que antes era indignação virou indiferença. Assistimos a uma repetição monstruosa de um novo holocausto – e dessa vez, ironicamente, perpetuado por aqueles que dizem nunca esquecer o passado. Mas esquecem. Esquecem que o sofrimento não se justifica, que a dor de ontem não é a licença para o assassinato de hoje.


O fascismo sionista é uma chaga aberta, e a cada criança que morre sob seus bombardeios, a humanidade sangra um pouco mais. Que nome se dá a uma ideologia que extermina um povo inteiro para tomar seu lugar? Que expulsa milhões de suas casas, roubando não apenas seus lares, mas também sua dignidade e seu futuro? Isso é genocídio. E é ainda mais cruel por ser justificado sob a bandeira da religião, do destino, da “terra prometida”.


Se não for parado, o sionismo será lembrado como o holocausto do século XXI. Não em campos de concentração escondidos, mas à luz do dia, diante das câmeras, com aval dos poderosos e a omissão dos covardes. O que acontece na Palestina é a institucionalização do ódio. É o desprezo absoluto por qualquer forma de vida que não se ajuste à narrativa sionista. E nós, enquanto seres humanos, temos a obrigação moral de gritar contra isso. Não há neutralidade diante de um massacre. Ou estamos do lado dos oprimidos, ou somos cúmplices dos opressores.


A História, impiedosa como é, nos julgará. Mas o julgamento que importa, aqui e agora, é o da nossa consciência. É inaceitável que o mundo continue assistindo, passivo, enquanto uma nação é sufocada, assassinada, um pedaço de cada vez.














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